Madrid, como toda capital do velho continente, é uma cidade em que se respira cultura.
Já que a lista é longa, enumero apenas um pouco do que vi nestes últimos três meses. O gigantesco
Guernica, de Picasso, é a atração maior do Museu Reina Sofía. As pinturas de Goya e Velázquez enchem meio Museu do Prado. Estiveram expostas pouco atrás em plena rua uma variedade de Rodins, incluindo seu célebre
Pensador.
No cinema, antes do lançamento internacional, assisti ao último filme de Pedro Almodóvar,
Los Abrazos Rotos. Há pouco tempo, um centro cultural projetou praticamente todas as produções de Almodóvar. Vi, por fim,
La Mala Educación.
Posso ainda citar o Museu Arqueológico, o Museu da Cidade, o Museu do Traje, uma exposição de fotos do Dalai Lama, igrejas muito antigas, estátuas espalhadas por toda a cidade (do dom Quixote aos reis montados em seus cavalos), edifícios históricos, a praça de touros, o Palácio Real...
De todas essas expressões artísticas, porém, nada se compara à música que se ouve em Madrid. Mais que a pintura, que a arquitetura, que a história e que o cinema... A música aqui é, por excelência, "a criação com valores estéticos" que mais "sintetizam as emoções, a história, os sentimentos e a cultura" do homem.
Não exagero.
Entro num supermercado e lá toca um hit da dupla Andy & Lucas. Passando pela porta do bar, ouço Conchita. Na loja de roupas, toca Jennifer López em espanhol. No restaurante vegetariano, um sucesso antigo de Ricky Martin.
Eis, pois, o paraíso!
Acabo de chegar do show de Ricardo Arjona, um cantor guatemalteco adorado dos Estados Unidos à Argentina ("Señora de las cuatro décadas: permítame descubrir qué hay detras de esos hilos de plata y esa grasa abdominal que los aeróbicos no saben quitar").
Se eu tivesse de escrever sobre o espetáculo, desafiaria as rimas com a seguinte descrição: emocionante, impressionante e cativante.
Quando veria algo assim em São Paulo?
Depois de amanhã vou ao show de Laura Pausini, uma cantora italiana que... dispensa apresentações ("Se fue, se fue... Me quedó sólo su veneno. Se fue, se fue... Y mi amor se cubrió de hielo").
Enquanto meus colegas de curso se planejam para Madonna e U2, já estou de olho em Luís Fonsi, um cantor portorriquenho que se apresenta aqui dentro de algumas semanas. E cruzo os dedos para que haja apresentações de Shakira, Enrique Iglesias, Alex Ubago...
Porque apenas a arte nutre a alma.
Ricardo põe legenda na foto e no vídeo: O cartaz anuncia o show de Ricardo Arjona em Madrid. Como as entradas para o Palácio de los Deportes se esgotaram em questão de dias, os organizadores decidiram realizar um segundo show na capital espanhola. No vídeo, o
recital propriamente dito.
Ricardo dá o caminho das pedras: Num verdadeiro esforço de reportagem, consegui uma
entrevista exclusiva com Ricardo Arjona. "Cadê o meu xará?", ele perguntou à assessora de imprensa no momento em que eu entrava na sala.
Ricardo conta ao pé do ouvido: Agora preciso conseguir uma entrevista com Laura Pausini. Custe o que custar.
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