30 de maio de 2009

Deve ser horrível morar numa cidade assim / Los cacos

Aqui não tem bala perdida. Assassinato é coisa rara (e, quando há, é notícia para página inteira no jornal). Nunca se lê sobre estupro. E tampouco se ouve falar de assalto a mão armada. Nem sequestro? Não, nem sequestro.

O problema de delinquência número um é o carterismo. Madrid e todas as grandes cidades europeias estão cheias de batedores de carteira, mais conhecidos como carteristas, cacos ou descuideros.

Eles agem nas estações e nos vagões do metrô, nos ônibus e nas paradas, nas rodoviárias, nos bares, nas saídas dos estádios de futebol, nos pontos turísticos e onde mais houver excesso de gente.

São profissionais. Numa esbarrada rápida com a vítima, levam carteira, passaporte e o que mais estiver dando sopa no bolso.

As táticas são várias. O carterista pergunta para a vítima como se chega a tal lugar. O alvo, distraído, começa a explicar. Então aparece outro ladrão por trás, abre a bolsa ou a mochila e se apodera do que pode.

Outra forma de distrair é simular uma briga no metrô cheio. Enquanto dois cúmplices começam a gritar, o pobre coitado presta atenção ao bate-boca e, quando se dá conta, já é tarde. O que tinha de valor já foi levado.

O caco mais ousado xinga a própria vítima. Ela obviamente revida os insultos. E, com a cabeça quente, nem se dá conta de que outro delinquente veio por trás e levou a carteira.

Esses descuideros (que se aproveitam das carteiras descuidadas) passam o dia no metrô. Os policiais até já conhecem muitos de rosto.

Para serem presos, porém, precisam estar de posse da carteira surrupiada no momento em que são revistados pela polícia. E mais: o valor roubado deve superar os 400 euros. Sendo superior, há um delito. Os carteristas então são presos e processados. Mas, sendo inferior a 400 euros, há uma falta. Os cacos são apenas fichados, pagam uma multa qualquer e acabam liberados em seguida. A impunidade ajuda.

A cada dia, 60 pessoas registram boletim de ocorrência por roubo de carteira só no metrô de Madrid.

Como diz o Ancelmo Gois, deve ser horrível viver numa cidade violenta assim.

Ricardo põe legenda na foto:
Logo na saída da estação de trem de Amsterdam, uma placa avisa aos turistas que os batedores de carteira estão em todos os lados.

Ricardo conta ao pé do ouvido:
Carteira e passaporte, só no bolso da frente da calça. Nunca no bolso de trás nem no bolso lateral. Mochilas e bolsas também devem ir na frente. Todo cuidado é pouco.

Ricardo dá o caminho das pedras:
O problema é tão grave que a polícia de Madrid criou uma brigada exclusivamente para combater esses deliquentes.
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17 de maio de 2009

Um outro espanhol é possível / ¿Qué coño de idioma es éste?

O espanhol da Espanha é uma caixinha de surpresas. A cada dia deparo com palavras e expressões que jamais aprendi nos livros do CCAA ou escutei nas ruas de Buenos Aires.

Um homem qualquer não é um tipo, mas um tío. E uma mulher qualquer, por tabela, é uma tía. Fique tranquila se te chamarem assim. Ser uma tía na Espanha não tem relação com ser velha ou estar encalhada.

Uma "fortuna" é uma pasta, o "trabalho" é o curro, "trabalhar" é currar, uma pessoa "imbecil" é um gilipollas, uma pessoa "legal" é maja, o "mauricinho" e a "patricinha" são respectivamente pijo e pija, uma coisa "sensacional" é guay...

Quando se encontram em situações informais, perguntam ¿Qué pasa? A vontade automática é responder No pasa nada. Resposta errada. ¿Qué pasa? é a mesma coisa que ¿Cómo estás?, ¿Qué tal?...

Ah, o No pasa nada é uma frase que se escuta em cada esquina. Mas em outro sentido. Quer dizer "Não há problema". É o que o espanhol responde quando você pisa no pé dele sem querer ou quando você diz que não tem 30 centavos para emprestar para o cafezinho da máquina.

Se têm algum tipo de surpresa (positiva ou negativa), eles logo gritam ¡Joder!. O fundamental é encher a boca para soltar esse palavrão. Mas, apesar de ser forte, a palavra é banal. Eu traduziria como "uau", "caramba", "nossa" e, em mineirês, "vixe".

Sendo um palavrão, algumas pessoas -- principalmente as tías e os niños -- preferem o eufemismo ¡Jolín! Em português, como bem lembraria o Daniel referindo-se ao Mario, equivaleriam a "p*rra" e "pomba".

Expressões sexuais também faz parte do dia-a-dia. Os homens conversam entre si chamando-se corriqueiramente de macho. Exemplo: ¿Qué pasa, macho? Atenção, não existe a variante macha!

Gostam muito da palavra hombre, que pode ser o "che" dos argentinos, o "meu" dos paulistas e o "cara" dos cariocas. Hombre, no sé que le pasa a este tío... Detalhe imporante: soa esquisito, mas até as mulheres exclamam hombre quando estão de papo com as amigas.

Nos adjetivos, a Espanha é machista. Se uma coisa é muito legal, ela é cojonuda (os cojones, para usar a palavra do dicionário, são os testículos). Mas se uma coisa é péssima, ela é um coñazo (o coño, numa tradução que não choca, é a vagina). Joder, na mesma linha de raciocínio, pode ser substituído por coño num momento de muita ira.

A religião é uma fixação. Se algo não vai bem, o espanhol esbraveja que se caga en la hostia. Mas se uma coisa é boa demais, é de la hostia. O velho joder, se você não quiser ser repetitivo, pode ser trocado por hostia sem nenhum prejuízo de significado. Amém!

Os espanhóis, como bons vizinhos dos portugueses, têm expressões que dizem literalmente uma coisa e que na realidade significam justamente o oposto. Peguemos o caso do pues nada. Quando não sabem exatamente o que falar, os espanhóis ganham tempo e preenchem o silêncio dizendo pues nada. Mas isso não quer dizer que eles não tenham nada a declarar. Muito pelo contrário. Prepare os ouvidos porque, depois desse pues nada, eles vão desandar a falar...

Na mesma linha da contradição vocabular, existe na Espanha a expressão venga. Sim, venga quer dizer "venha". Mas na prática significa "vá". Mais precisamente, usam venga quando querem dizer "então tá bom, agora vamos nos despedir aqui" ou "agora eu preciso ir embora". No telefone principalmente: Muchas gracias por la información. Venga. Hasta luego.

Na hora da despedida, a propósito, hasta luego é a expressão mais usada. E o que há de diferente nisso? Talvez aí esteja um dos pouquíssimos casos em que os espanhóis não falam como escrevem. Eles dizem hasta loogoooo.

Ricardo põe legenda na foto:
A vitrine da loja da Nike na Gran Vía pede aos tíos e tías que aproveitem a promoção.

Ricardo conta ao pé do ouvido:
Quando entrevistei o Fito Páez aqui em Madrid, ele falou coño em uma das respostas. Perguntei se o espanhol da Espanha é tão forte a ponto de influenciar o mais argentino dos músicos. Ele respondeu: "¡Joder, no!". E caiu na gargalhada.

Ricardo dá o caminho das pedras:
Ante a menor dúvida, todo espanhol consulta o diciónario da Real Academia Española. Completo, o dicionário também contém palavras da América Latina.
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12 de maio de 2009

Doce 'siesta' / La dulce siesta

É verdade. Os espanhóis tiram, sim, a famosa siesta todas as tardes.

Bem, para dizer a verdade, não sei se de fato vão para casa, se deitam e cochilam. O que sei é que no meio da tarde a maioria das lojas fecha. Os funcionários deixam as empresas. E o país praticamente pára.

O que mais me chamou quando comecei a trabalhar no jornal aqui foi a (boa) notícia de que tenho duas horas de almoço. Das 14h30 às 16h30 mais ou menos. E não adianta ficar na redação. Os chefes e os colegas não estão. Os assessores de imprensa e as fontes tampouco estão à disposição na hora da siesta.

Essa tradição espanhola tem a ver com os pratos excessivamente generosos na hora do almoço e o sol extremamente forte do meio da tarde. É sonolência na certa...

Além de almoçar, aproveito essas longas duas horas para fazer turismo por Madrid. E nos dias mais tranquilos chego a ir à academia. Estou ficando mal acostumado.

Ricardo põe legenda na foto:
Nessa loja de Madrid, os funcionários também têm o direito de cuidar da sono pós-almoço.

Ricardo conta ao pé do ouvido:
Qualquer dia desses vou tentar dar um pulinho no cinema no meio da tarde. Se os funcionários não estiveram tirando a siesta, claro.

Ricardo dá o caminho das pedras:
Nunca vi, mas há hotéis espanhóis que alugam quartos para esse momento tão sagrado do dia.
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Elogios ensaiados / El blablablá olímpico

Os inspetores do Comitê Olímpico Internacional saíram de Madrid soltando os mais altos elogios:

— Esta cidade respira esporte!

— Estamos encantados com a hospitalidade da população!

— Ficamos muito impressionados com o projeto espanhol para os Jogos Olímpicos!

Que os espanhóis não se iludam.

Com variações semânticas mínimas, os inspetores do COI usaram as mesmíssimas frases em Chicago, Tóquio e Rio de Janeiro, as rivais de Madrid na disputa pelos Jogos Olímpicos de 2016.

As declarações são diplomáticas, ensaiadas, mornas e insossas onde quer que os avaliadores olímpicos estejam. ¡Vaya neutralidad! Temem que se acuse o COI de promover um "jogo de cartas marcadas".

As visitas dos inspetores servem apenas para o COI saber se as promessas contidas nos dossiês de cada cidade não passam de peças de ficção.

O resultado sai no começo em outubro.

Ricardo põe legenda na foto:
Um táxi presta seu apoio à candidatura madrilenha.

Ricardo conta ao pé do ouvido:
Nos bastidores, porém, Madrid divide com Tóquio a posiçao de patinho feio olímpico. Chicago (pelo poderoso lobby de Obama) e Rio (ó pátria amada idolatrada salve salve) são as favoritas nas bolsas de apostas.

Ricardo dá o caminho das pedras:
Veja aqui a inspetora-chefe do COI e seu blablablá sobre Madrid em inglês macarrônico.
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11 de maio de 2009

Sevilha / Sevilla

Sevilha é a mais espanhola das cidades. Tudo o que se imagina da Espanha está concentrado em estado bruto na capital da Andaluzia.

Perdoem-me o clichê à quarta potência, mas Sevilha respira flamenco, respira tapas, respira touradas e respira mundo árabe.

Ir a uma apresentação de flamenco em Sevilha é obrigatório. Em cima do tablao de madeira, a bailaora sapateia forte com seus saltos e bate palmas ao som de guitarras e vozes chorosas (guitarra em espanhol é violão em português).

Só para situar: quando digo guitarras e vozes chorosas, me refiro a algo no estilo Gipsy Kings...

Turista que é turista, queixam-se os espanhóis, não sabe se comportar nem na tourada nem no flamenco. Por isso, a bailaora está acostumada a pedir silêncio repetidas vezes antes de começar sua exibição. Apesar do estresse inicial da estrela, o espetáculo é bonito.



Se puder assistir ao show de flamenco saboreando as legítimas tapas espanholas, melhor ainda. As tapas são os tira-gostos que acompanham a cerveja, o vinho ou o tinto de verano. São porções individuais de paella, croquetes, miúdos de galinha, queijo ou o inconfundível jamón ibérico, que é o presunto mais consumido pelos espanhóis.

As tapas são tão importantes na Espanha que se criou o verbo tapear. Também existe a expressão salir de tapas.

O estilo mourisco está em todos os cantos de Sevilha, com seus tijolos aparentes, seus arcos, colunas e abóbadas, seus azulejos, suas inscrições em árabe... O melhor exemplo é o Alcázar, um impressionante palácio construído pelos muçulmanos e depois adotado e adaptado pelos reis espanhóis.

E a praça de touros tem lá suas características árabes.

Um pouco de história. Os muçulmanos invadiram a Península Ibérica no século 8. A Reconquista, por parte dos reis católicos, foi na passagem do século 15 para o 16. Os muçulmanos acabaram sendo expulsos da Europa algumas décadas mais tarde.

A mais espanhola das cidades é também uma das mais turísticas. Nas ruas se escutam inglês, francês, italiano, alemão, português... As lojinhas de suvenires estão sempre cheias.

Ricardo põe legenda na foto e no vídeo:
Na foto, a Giralda, que é a imponente torre da Catedral de Sevilha. No vídeo, a bailaora dança, sapateia, pula e roda a baiana. A estrela dançante está um pouquinho acima do peso, longe daquele perfil sevilhano esbelto, mas não decepciona em cima do tablao...

Ricardo conta ao pé do ouvido:
Segundo Danuza Leão, antigamente as fatias de presunto eram colocadas sobre as jarras para impedir que caísse sujeira dentro do vinho. O presunto tapava as jarras de vinho. Daí vem a palavra tapa.

Ricardo dá o caminho das pedras:
Para ver as fotos da viagem a Sevilha, clique aqui. E para ver as de Granada, localizada na mesma Andaluzia, o clique é aqui. Em Granada ficam os suntuosos palácios de La Alhambra.
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6 de maio de 2009

No fundo do poço / Tocando fondo

A crise econômica internacional acertou a Espanha com tudo. Perto de 4 milhões de pessoas, entre espanhóis e imigrantes, estão sem emprego. Isso representa mais de 15% da população de trabalhadores.

Quando cheguei, três meses atrás, a impressão que eu tinha pelas notícias dos jornais era que o país estava à beira do apocalipse, num desespero total, mais ou menos como o mundo de cegos contado por Saramago.

Com o tempo vi que, obviamente, as pessoas não estavam surtando nas ruas.

De qualquer maneira, existe sim uma crise que afeta —e muito— a vida dos espanhóis.

Nas empresas, inclusive no jornal onde eu trabalho, o que mais se vê na hora do almoço são os Tupperwares. As pessoas estão deixando de almoçar fora para comer no trabalho o almoço mais barato feito em casa. Um dos "presentes" do jornal ABC aos seus leitores é justamente um jogo de Tupperwares.

Ainda na alimentação, os espanhóis estão trocando os restaurantes pelos bares de tapas (os tradicionais petiscos espanhóis), que são bem mais baratos. E os restaurantes fazem todo tipo de promoção para atrair a clientela, como a tapa que vem grátis na compra de uma cerveja.

Redes de restaurante criaram o "menu anticrise", com preços mais baixos que os habituais. Outra rede dá comida de graça às quartas-feiras para os desempregados. Basta apresentar o cartão do Seguro Desemprego.

Na mesma linha, a Telefónica oferece descontos de 20 euros na conta de telefone dos desempregados e clubes de futebol dão entradas grátis para as partidas.

Até as tradicionais touradas estão ameaçadas. Os patrocinadores (privados e públicos) não têm mais tanto dinheiro para investir e o público reduz seus gastos com lazer. Várias corridas de toros já foram canceladas.

A lista pública dos empregos disponíveis, aqueles que os espanhóis não costumam aceitar e vão parar nas mãos dos estrangeiros imigrantes —como garçom, tosador e jardineiro—, está cada vez mais curta. Os espanhóis, sem opção, agora estão se vendo obrigados a aceitar o que antes viam como subemprego.

Uma informaçao tragicômica: aumentou nos últimos meses o número de denúncias contra empresas por uso de software pirata. Acredita-se que as denúncias estejam sendo apresentadas por empregados demitidos, como vingança contra os ex-patrões.

Ricardo põe legenda na foto:
Um restaurante se revolta contra o disco furado de quem só fala em crise.

Ricardo conta ao pé do ouvido:
Ainda bem que sou um mero jornalista visitante e não podem me demitir. Os passaralhos estão correndo soltos nas redações espanholas.

Ricardo dá o caminho das pedras:
Se você não sabe o que é passaralho, clique aqui.
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5 de maio de 2009

Madrid 2016 / Los JJOO

Madrid briga com Tóquio, Chicago e Rio de Janeiro para sediar as Olimpíadas de 2016. Os governantes e a imprensa da Espanha estão numa campanha de marketing feroz...

Cartazes com o logo de Madrid 2016 estão espalhados pelo metrô e pelos postes do centro. Os jornais volta e meia escrevem sobre a união entre Zapatero (presidente de governo da Espanha), Aguirre (governadora da Comunidade de Madrid) e Gallardón (prefeito de Madrid) para que o sonho olimpíco se realize.

Essa campanha se intensificou nos últimos dias porque os julgadores do Comitê Olímpico Internacional acabam de chegar à capital da Espanha. Estão avaliando se a cidade tem as condições necessárias para sediar um evento tão importante e complexo.

A imprensa faz mais estardalhaço que o recomendado. Há uma semana está em contagem regressiva para a chegada dos auditores do COI. O logo de Madrid 2016 agora está nas primeiras páginas dos jornais todo santo dia.

Com os técnicos do COI finalmente na cidade, os jornais dedicam páginas e mais páginas para contar com fartura de detalhes cada passo deles. E também os esforços dos madrilenhos para conquistar a simpatia dos estrangeiros.

No meio dessa avalanche informativa, não se fala dos valores astronômicos gastos nesses preparativos, não se fala da crise econômica que reduz a munição do governo e da iniciativa privada, não se fala que a visita do COI é protocolar e que a decisão final é mais política e fruto de lobby do que qualquer outra coisa...

Um dos mais influentes jornais noticiou assim a chegada do COI à cidade:

"Los 13 miembros del Comité Olímpico Internacional ya están en la primavera espectacular de Madrid. El primer y único compromiso del día, el cóctel de recepción organizado por los Príncipes de Asturias en su propio hotel, el Villa Magna. La cita, a la hora taurina de las cinco de la tarde; en lo alto, un sol agradecido y, para cerrar el círculo, un cuadro flamenco."

Volte a ler o parágrafo acima, mas prestando bastante atenção aos adjetivos.

Ricardo põe legenda na foto:
Anúncio no metrô vende o peixe olímpico madrilenho.

Ricardo conta ao pé do ouvido:
As Olimpíadas de Barcelona foram anteontem. É muito difícil que esse evento volte a ser realizado na Espanha depois de tão pouco tempo.

Ricardo dá o caminho das pedras:
Eu também entrei no espírito oba-oba. Fiz uma reportagem para noticiar a doação de uma vaca da Cow Parade à entidade organizadora da candidatura de Madrid.
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Ainda a gripe do porco / Y sigue la gripe porcina

Correção do post abaixo. Sim, vi pessoas aqui na Espanha usando máscaras contra a gripe porcina. Várias. Foi no aeroporto de Madrid, no feriado do Dia do Trabalho.

Pura ignorância.

Acabei de ficar sabendo, graças à entrevista do secretário da Saúde de São Paulo no "Roda Viva", que a máscara não protege quem a usa.

Na realidade, deve ser usada apenas por quem já está doente, pois impede que essa pessoa transmita o vírus, pelo espirro ou pela saliva, a quem está saudável.

De nada adianta a pessoa saudável proteger a boca e o nariz com uma máscara. Só se a máscara lhe cobrisse o corpo inteiro, no estilo homem-bolha.

É por isso que quem usa máscara na sala de cirurgia é o médico, e nunca o operado.

Faz sentido.
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