Sevilha é a mais espanhola das cidades. Tudo o que se imagina da Espanha está concentrado em estado bruto na capital da Andaluzia.
Perdoem-me o clichê à quarta potência, mas Sevilha respira flamenco, respira tapas, respira touradas e respira mundo árabe.
Ir a uma apresentação de flamenco em Sevilha é obrigatório. Em cima do tablao de madeira, a bailaora sapateia forte com seus saltos e bate palmas ao som de guitarras e vozes chorosas (guitarra em espanhol é violão em português).
Só para situar: quando digo guitarras e vozes chorosas, me refiro a algo no estilo Gipsy Kings...
Turista que é turista, queixam-se os espanhóis, não sabe se comportar nem na tourada nem no flamenco. Por isso, a bailaora está acostumada a pedir silêncio repetidas vezes antes de começar sua exibição. Apesar do estresse inicial da estrela, o espetáculo é bonito.
Se puder assistir ao show de flamenco saboreando as legítimas tapas espanholas, melhor ainda. As tapas são os tira-gostos que acompanham a cerveja, o vinho ou o tinto de verano. São porções individuais de paella, croquetes, miúdos de galinha, queijo ou o inconfundível jamón ibérico, que é o presunto mais consumido pelos espanhóis.
As tapas são tão importantes na Espanha que se criou o verbo tapear. Também existe a expressão salir de tapas.
O estilo mourisco está em todos os cantos de Sevilha, com seus tijolos aparentes, seus arcos, colunas e abóbadas, seus azulejos, suas inscrições em árabe... O melhor exemplo é o Alcázar, um impressionante palácio construído pelos muçulmanos e depois adotado e adaptado pelos reis espanhóis.
E a praça de touros tem lá suas características árabes.
Um pouco de história. Os muçulmanos invadiram a Península Ibérica no século 8. A Reconquista, por parte dos reis católicos, foi na passagem do século 15 para o 16. Os muçulmanos acabaram sendo expulsos da Europa algumas décadas mais tarde.
A mais espanhola das cidades é também uma das mais turísticas. Nas ruas se escutam inglês, francês, italiano, alemão, português... As lojinhas de suvenires estão sempre cheias.
Ricardo põe legenda na foto e no vídeo:
Na foto, a Giralda, que é a imponente torre da Catedral de Sevilha. No vídeo, a bailaora dança, sapateia, pula e roda a baiana. A estrela dançante está um pouquinho acima do peso, longe daquele perfil sevilhano esbelto, mas não decepciona em cima do tablao...
Ricardo conta ao pé do ouvido:
Segundo Danuza Leão, antigamente as fatias de presunto eram colocadas sobre as jarras para impedir que caísse sujeira dentro do vinho. O presunto tapava as jarras de vinho. Daí vem a palavra tapa.
Ricardo dá o caminho das pedras:
Para ver as fotos da viagem a Sevilha, clique aqui. E para ver as de Granada, localizada na mesma Andaluzia, o clique é aqui. Em Granada ficam os suntuosos palácios de La Alhambra.
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Quem tem medo da cuca?
Há 7 anos
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