7 de julho de 2009

Estación en curva

O jornal onde eu trabalho é um dos mais influentes da Espanha, mas não tem nenhum carro para levar os repórteres às pautas.

Explico.

O sistema de transporte público de Madrid é tão eficiente que desencoraja o uso dos carros. Há duas estações de metrô perto do jornal. E o metrô de Madrid leva a todos os cantos da cidade. Eu disse todos os cantos da cidade.

São quase 300 estações espalhadas pela região metropolitana. O Rio de Janeiro, uma cidade maior que Madrid, tem menos de 40 estações.

O metrô leva ao aeroporto de Barajas (são duas estações lá dentro), aos terminais rodoviários, às estações de trem, ao estádio do Real Madrid, ao Parque do Retiro, à Gran Vía, ao Museu do Prado e aonde mais você quiser.

Está pensando em estações escuras como as de Roma? Linhas confusas como as de Paris? Ou vagões emporcalhados como os de Nova York? Nada a ver.

As estações são bem iluminadas e os trens estão sempre limpinhos. Ninguém fica andando para lá e para cá como barata tonta porque as estações estão muito bem sinalizadas. Cada linha tem uma cor e um número.

A passagem do metrô de Madrid é uma das mais baratas da Europa. Um euro.

Além disso, os trens passam a cada três ou cinco minutos. O serviço funciona até a uma e meia da manhã. E um simpático casal de dubladores (essa é a profissão original deles) de voz empostada anuncia a próxima estación.

Assim como em Londres, eles alertam para o espaço entre o vagão e a plataforma. Em vez do clássico "Mind the gap", a espanhola do metrô --muito mais dramática-- exclama:

"Atención: estación en curva. Al salir, tengan cuidado para no introducir el pie entre coche y andén".

Exagero. O metrô de Madrid é tão bom que o espaço entre o vagão e a plataforma (o tal buraco onde você pode desatentamente enfiar o pé) não tem mais que uns 15 centímetros. Ninguém em sã consciência cai ali dentro.



Ricardo põe legenda na foto e no vídeo:
Na foto, o nome que deu origem a este blog. O vídeo mostra a chegada à mítica Diego de León, que me deixa quase na porta de casa. Preste atenção ao diálogo entre o locutor e a locutora ao anunciar a próxima estación e a correspondencia con.

Ricardo conta ao pé do ouvido:
Se você é um imigrante ilegal, é melhor evitar estações movimentadas, como a Avenida de América. Na saída costumam estar policiais ávidos por clandestinos desavisados.

Ricardo dá o caminho das pedras:
Este é o mapa que se distribui gratuitamente em todas as estações do metrô. Dou uma tapa (não um tapa) a quem achar a idolatrada Diego de León nesse mundo ferroviário.
...

Um comentário:

Anônimo disse...

O lance do trabalho deu certo... Veja seu MSN. Bjoka, primíssima