Sabe-se lá por quê, nove em cada dez padarias do Rio de Janeiro pertencem a um português. Em Madrid, o equivalente ao "português da padaria" é o "chinês do mercadinho".
A cidade está cheia de mercadinhos com placas em que se leem alimentación e frutos secos. São estabelecimentos meio precários, não muito higiênicos e pouco iluminados que vendem de salsichão a papel higiênico, de frutos do mar enlatados a envelope de carta, de vinho tinto a cigarro.
A vantagem é que ficam abertos depois que os supermercados fecham.
No caixa, invariavelmente, está o dono do estabelecimento: um chinês, acompanhado de sua mulher chinesa e de seus filhos chineses, todos assistindo a algum filme chinês bizarro num laptop chinês ligado ao lado da caixa registradora.
Achar umas fatias de queijo no refrigerador do mercadinho, por exemplo, é tarefa complicada. Para começar, é um refrigerador vertical, daqueles de expor refrigerante e cerveja no supermercado. E o pacote de queijo está escondido nessas prateleiras frias (mas não muito) no meio de salames, picolés, presuntos, iogurtes e sanduíches prontos.
Os chinos, como são carinhosamente (sic) chamados (tanto os donos como os mercadinhos), são a salvação quando bate aquela fome às 11 da noite. Ou quando as bebidas acabam bem no meio da festa no fim de semana.
Os chineses dos mercadinhos se esforçam para ser simpáticos. Assim que alguém entra no local, o dono dá as boas-vindas com um hola mecânico. O melhor é quando ele diz o valor a ser pago: Cuatlo eulos con cualenta céntimos.
Chino é chino em qualquer lugar do mundo.
Ricardo põe legenda na foto:
Um dos milhares de chinos de Madrid.
Ricardo conta ao pé do ouvido:
O chino não vai querer te vender bebida alcoólica às 10 da noite. É que a venda desse tipo de produto está proibida fora de bares e restaurantes quando cai a noite. Mas se você insistir um pouco, o chino acaba te vendendo a bebida. Mas ele vai te pedir que, por favor, esconda a garrafa dentro da mochila por causa dos policiais que garantem a ordem pública nas ruas.
Ricardo dá o caminho das pedras:
Os chineses também são vendedores ambulantes de cerveja na noite madrilenha.
...
Quem tem medo da cuca?
Há 7 anos
Um comentário:
Os chinos venden quicos, o tal do maíz tostado em que fiquei viciada. Por favor, aliás, traga-me alguns saquinhos...
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